terça-feira, 30 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
Cultura é identidade em Canguaretama
turismo conhecimento eventos cultura popular eventos contexto social
Caboclinhos
Os Caboclinhos são os blocos de índios que se apresentavam no carnaval em Canguaretama. Estes não se vestiam com penas, que eram usadas apenas no cocar. O ritmo de seu bailado era sincopado e repetitivo. Usavam tambores e pífaros como instrumentos musicais para o ritmo e suas danças. Sua indumentária era uma sumária saia de agave e um cocar de penas, as mulheres usavam uma peça para cobrir os seios. Desfilavam em duas filas com o chefe ao centro e um caçador sem lugar fixo. A frente também poderia ir uma porta bandeira. Em Canguaretama chamavam simplesmente de Bloco de Índios e usava o arco e flecha como instrumento de guerra nas apresentações dramáticas que faziam. Um grande búzio era soprado como instrumento musical, caracterizando o grupo. Não se sabe com exatidão desde quando existiam na cidade. O grupo era organizado por Zé Wilson e deixou de existir nos anos 80, com o declínio do carnaval de rua.
Coco-de-Roda
Na zona praieira do litoral leste potiguar, na região ao sul de Natal, é onde ainda se dança o Coco-de-roda. O Coco de Roda é dança nordestina muito rica em poesia, ritmo e expressão corporal. Muitos afirmam ser a mesma de Origem afro- ameríndia. Como em toda as manifestações folclóricas, os elementos étnicos deram a sua contribuição e, nesse entrelaçamento racial o negro deixou no coco a sua marca mais forte. O Coco de Roda é vibrante e impetuoso como todas as danças de negro. Quanto ao ritmo sincopado seguido de passos laterais ora para um lado ora para o outro, são típicos das danças indígenas. O tirador de coco é a pessoa que canta e improvisa os versos no meio do círculo, sendo o refrão cantado pelos outros participantes. Por ser uma dança coletiva e democrática não tem hora para começar nem para terminar, poderá ser dançada com qualquer roupa, calçado ou com os pés descalços. Entretanto, como possui muita expressão corporal, será mais cômodo dançá-lo com roupas leves e pés descalços. As mulheres dançam com saia rodada de tecido estampado em algodão, blusa com babados no decote. Os homens usam calças de tecido em algodão liso, arregaçadas até o meio da canela e camisa de tecido também em algodão, que pode ser de qualquer cor, lisa ou estampada, geralmente de mangas curtas. A dança é acompanhada pelas palmas dos dançarinos e por instrumentos de percussão, especialmente o zabumba e o ganzá. Coco de Roda de Canguaretama é formado de aproximada mente vinte participantes, que dançam de mãos dadas, girando lentamente ao som dos “cocos” improvisados pelo solista (o “coqueiro” ou tirador do coco). Os dançarinos podem exibir suas virtuosidades coreográficas indo ao meio do círculo para dançar. O acompanhamento musical é feito com instrumentos de percussão como o zabumba e o ganzá. Os “cocos” de estrofes tradicionais ou improvisadas, caracte rizam-se por um estribilho curto, repetido incan savelmente pelo grupo enquanto dançam. Coco de Roda de Canguaretama é o melhor do Rio Grande do Norte, formado de aproximada mente vinte participantes. Existiu também o Coco de Roda na Barra do Cunhaú, talvez mais antigo e matriz do Coco de Canguaretama.
Pastoril
O Pastoril de Canguaretama conserva alguma coisa do espírito religioso que o caracterizou, através dos anos. Dois "cordões" de pastoras, azul e encarnado, cantam jornadas de saudação ao público, louvação ao Messias e exaltação ao próprio Pastoril. À frente dos cordões estão a Mestra (cordão encarnado) e a Contramestra (cordão azul), seguidas, cada uma, de um número variável de pastoras. Entre os dois cordões dançam a Diana, mediadora das rivalidades entre os mesmos, vestida de azul e encarnado, o "velho", responsável pela transformação do pastoril tradicional religioso num folguedo profano, o "pastorzinho" egresso das Lapinhas e a "Borboleta", tão importante que já se constituiu outrora, num reisado autônomo, informam os pesquisadores do folclore.
A Lapinha, ao contrário do Pastoril, ainda nos dias atuais, é um folguedo caracteristicamente religioso, não se profanizou e guardar a mesma formação de alas ou “cordões” do Pastoril. O repertório de jornadas ainda é o mesmo do prin cipio, todas inspiradas em motivos religiosos, em particular no nascimento de Jesus Cristo. Não há na Lapinha a figura do irreverente “velho”, mas de um modesto “pastorzinho” e as pastoras, que se apresentam dançando com acompanhamento de maracás, vestem-se discretamente sem os exa geros das meninas do Pastoril. Integram a orquestrinha: violão, cavaquinho e pandeiro, podendo variar.
A tradição em Canguaretama era o Pastoril e não a Lapinha, mesmo sabendo da existência da Lapinha antes do Pastoril. Em Canguaretama, eram comuns nas festas de fim de ano. Por volta de 1975 já era uma brincadeira desprestigiada. Uma das últimas apresentações se deu na festa da padroeira de 1999. Era um pastoril quase que totalmente composto por pessoas da terceira idade.
O Fandango
É um auto popular de origem ibérica que inspira-se nas grandes aventuras marítimas dos portugueses, disseminado em todo o Brasil. Sua denominação varia de uma região para outra, pois no Nordeste e Norte é conhecido como Fandango, no Sul e Leste é denominado Marujada. Fandango no Sul também é dança de pares, sem representação dramática. Em Portugal não há apresentação semelhante, ainda que uma boa parte das cenas seja de origem portuguesa, das narrativas marítimas. No Brasil surgiu no século XVIII, e no Rio Grande do Norte no início do século XIX.
O grupo é formado por uma tripulação de aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. O enredo principal desenvolve-se em torno da velha “Nau Catarineta”, que é atacada por uma tempestade e vaga durante sete anos e um dia. Perdido e sem comida, a tripulação passa a comer sola de sapatos e, através de um sorteio, o comandante do navio é escolhido para ser trans formado em alimento para os famintos. Durante o momento da aflição acontece um milagre e a tripulação avista terra.
Segundo informações de José Colaço a Antônio Lima, o Fandango de Canguaretama apareceu por volta de 1885, trazido do Pará, por “Seu Tota”, morador da “Gameleira”. Por volta de 1910, foram introduzidas outras “partes” (músicas) trazidas da Paraíba. Anteriormente existia um Fandango em Vila Flor, mas esse acabou, surgindo o de Canguaretama.
O grupo de Canguaretama é formado por uma tripulação de aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. Os personagens se distribuem em duas filas e são os seguintes: Capitão de Fragata, Mestre, Gajeiro, Ração e os Marujos na fila da direita; Piloto, Contramestre, Calafate e Vassoura e os marujos na fila da esquerda. Apenas o Capitão de Mar e Guerra fica no centro e por traz de todos.
A apresentação se faz com uma barca, a Nau Catarineta. O enredo principal desenvolve-se em torno da “Nau”, que é atacada por uma tempestade e vaga durante sete anos e um dia. Perdido e sem comida, a tripulação passa a comer sola de sapatos e, através de um sorteio, o coman dante do navio é escolhido para ser trans formado em alimento para os famintos. Durante o momento da aflição acontece um milagre e a tripulação avista terra.
O Fandango era representado no perí odo do ciclo natalino com seus personagens vestidos de marinheiros, cantan do e dançando ao som dos instrumentos de cordas, não fazendo uso de instrumentos de percussão nem de sopro.
No grupo de Canguaretama, a princípio eram usados apenas o violão e o cavaquinho, sendo introduzido o banjo em 1953, tocado por Paichicu. A primeira apresentação se dava sempre na festa de Nossa Senhora da Conceição (de 29 de novembro à 8 de dezembro) e se estendia até a festa de Santos Reis. Manoel Francisco de Andrade foi um dos organizadores do Fandango até a primeira metade do século XX, passando para seu filho, Antônio Andrade (Lima). Nos últimos anos do século XX a organização ficou a cargo de Zé de Ná.
Chegança
O auto da Chegança é muito semelhante com o Fandango pela indumentária dos participantes (oficiais e marujos portugueses), deste se destingue, pelo seu núcleo dramático, um combate naval travado entre cristãos e mouros, inspirado nas lutas pela Restauração da Península Ibérica, no qual intervêm figurantes caracterizados de mouros. O número de participantes é maior que no Fandango e as jornadas, num total de vinte e quatro, demandam um período longo, de seis, sete horas, para serem cantadas. O elemento cômico do espetáculo está representado nas pessoas do Ração (cozinheiro) e do Vassoura (faxineiro). O acompanhamento musical restringe-se a instrumentos de percussão, tambor e caixa, enquanto no Fandango, registra-se a presença de instrumentos de corda, violão, rebeca, banjo. A Chegança "natalense" de Geraldo Guilherme em Natal é uma das mais importantes. A chegança a é representada como cenas marítimas, culminando pela abordagem dos mouros, que são vencidos e batizados, Os episódios mais curiosos são a descoberta do contrabando dos guardas-marinha, as lutas e brigas entre oficinas, a tempestade, as canções líricas etc. No Estado da Paraíba, a chegança é conhecida como: barca. A chegança no Rio Grande do Norte teve sua primeira apresentação em 18 de dezembro de 1926, no teatro Alberto Maranhão, mas não tem a tradição do fandango e do bumba-meu-boi. Na Barra do Cunhaú a Chegança é brincada com uma Barca de barro fixa no chão. Os marujos saiam com um pequeno barco na mão, cantado pelas ruas, avisando do início da festa. Segundo informações de Severino Mendes, conhecido como “Seu Batata”, que foi o Ração da Chegança, foi seu irmão quem trouxe a dança de Pernambuco. Luís Mendes foi o primeiro mestre da Chegança, por volta de 1915. Desta forma teria sido a primeira no Rio Grande do Norte.
Os Caboclinhos são os blocos de índios que se apresentavam no carnaval em Canguaretama. Estes não se vestiam com penas, que eram usadas apenas no cocar. O ritmo de seu bailado era sincopado e repetitivo. Usavam tambores e pífaros como instrumentos musicais para o ritmo e suas danças. Sua indumentária era uma sumária saia de agave e um cocar de penas, as mulheres usavam uma peça para cobrir os seios. Desfilavam em duas filas com o chefe ao centro e um caçador sem lugar fixo. A frente também poderia ir uma porta bandeira. Em Canguaretama chamavam simplesmente de Bloco de Índios e usava o arco e flecha como instrumento de guerra nas apresentações dramáticas que faziam. Um grande búzio era soprado como instrumento musical, caracterizando o grupo. Não se sabe com exatidão desde quando existiam na cidade. O grupo era organizado por Zé Wilson e deixou de existir nos anos 80, com o declínio do carnaval de rua.
Coco-de-Roda
Na zona praieira do litoral leste potiguar, na região ao sul de Natal, é onde ainda se dança o Coco-de-roda. O Coco de Roda é dança nordestina muito rica em poesia, ritmo e expressão corporal. Muitos afirmam ser a mesma de Origem afro- ameríndia. Como em toda as manifestações folclóricas, os elementos étnicos deram a sua contribuição e, nesse entrelaçamento racial o negro deixou no coco a sua marca mais forte. O Coco de Roda é vibrante e impetuoso como todas as danças de negro. Quanto ao ritmo sincopado seguido de passos laterais ora para um lado ora para o outro, são típicos das danças indígenas. O tirador de coco é a pessoa que canta e improvisa os versos no meio do círculo, sendo o refrão cantado pelos outros participantes. Por ser uma dança coletiva e democrática não tem hora para começar nem para terminar, poderá ser dançada com qualquer roupa, calçado ou com os pés descalços. Entretanto, como possui muita expressão corporal, será mais cômodo dançá-lo com roupas leves e pés descalços. As mulheres dançam com saia rodada de tecido estampado em algodão, blusa com babados no decote. Os homens usam calças de tecido em algodão liso, arregaçadas até o meio da canela e camisa de tecido também em algodão, que pode ser de qualquer cor, lisa ou estampada, geralmente de mangas curtas. A dança é acompanhada pelas palmas dos dançarinos e por instrumentos de percussão, especialmente o zabumba e o ganzá. Coco de Roda de Canguaretama é formado de aproximada mente vinte participantes, que dançam de mãos dadas, girando lentamente ao som dos “cocos” improvisados pelo solista (o “coqueiro” ou tirador do coco). Os dançarinos podem exibir suas virtuosidades coreográficas indo ao meio do círculo para dançar. O acompanhamento musical é feito com instrumentos de percussão como o zabumba e o ganzá. Os “cocos” de estrofes tradicionais ou improvisadas, caracte rizam-se por um estribilho curto, repetido incan savelmente pelo grupo enquanto dançam. Coco de Roda de Canguaretama é o melhor do Rio Grande do Norte, formado de aproximada mente vinte participantes. Existiu também o Coco de Roda na Barra do Cunhaú, talvez mais antigo e matriz do Coco de Canguaretama.
Pastoril
O Pastoril de Canguaretama conserva alguma coisa do espírito religioso que o caracterizou, através dos anos. Dois "cordões" de pastoras, azul e encarnado, cantam jornadas de saudação ao público, louvação ao Messias e exaltação ao próprio Pastoril. À frente dos cordões estão a Mestra (cordão encarnado) e a Contramestra (cordão azul), seguidas, cada uma, de um número variável de pastoras. Entre os dois cordões dançam a Diana, mediadora das rivalidades entre os mesmos, vestida de azul e encarnado, o "velho", responsável pela transformação do pastoril tradicional religioso num folguedo profano, o "pastorzinho" egresso das Lapinhas e a "Borboleta", tão importante que já se constituiu outrora, num reisado autônomo, informam os pesquisadores do folclore.
A Lapinha, ao contrário do Pastoril, ainda nos dias atuais, é um folguedo caracteristicamente religioso, não se profanizou e guardar a mesma formação de alas ou “cordões” do Pastoril. O repertório de jornadas ainda é o mesmo do prin cipio, todas inspiradas em motivos religiosos, em particular no nascimento de Jesus Cristo. Não há na Lapinha a figura do irreverente “velho”, mas de um modesto “pastorzinho” e as pastoras, que se apresentam dançando com acompanhamento de maracás, vestem-se discretamente sem os exa geros das meninas do Pastoril. Integram a orquestrinha: violão, cavaquinho e pandeiro, podendo variar.
A tradição em Canguaretama era o Pastoril e não a Lapinha, mesmo sabendo da existência da Lapinha antes do Pastoril. Em Canguaretama, eram comuns nas festas de fim de ano. Por volta de 1975 já era uma brincadeira desprestigiada. Uma das últimas apresentações se deu na festa da padroeira de 1999. Era um pastoril quase que totalmente composto por pessoas da terceira idade.
O Fandango
É um auto popular de origem ibérica que inspira-se nas grandes aventuras marítimas dos portugueses, disseminado em todo o Brasil. Sua denominação varia de uma região para outra, pois no Nordeste e Norte é conhecido como Fandango, no Sul e Leste é denominado Marujada. Fandango no Sul também é dança de pares, sem representação dramática. Em Portugal não há apresentação semelhante, ainda que uma boa parte das cenas seja de origem portuguesa, das narrativas marítimas. No Brasil surgiu no século XVIII, e no Rio Grande do Norte no início do século XIX.
O grupo é formado por uma tripulação de aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. O enredo principal desenvolve-se em torno da velha “Nau Catarineta”, que é atacada por uma tempestade e vaga durante sete anos e um dia. Perdido e sem comida, a tripulação passa a comer sola de sapatos e, através de um sorteio, o comandante do navio é escolhido para ser trans formado em alimento para os famintos. Durante o momento da aflição acontece um milagre e a tripulação avista terra.
Segundo informações de José Colaço a Antônio Lima, o Fandango de Canguaretama apareceu por volta de 1885, trazido do Pará, por “Seu Tota”, morador da “Gameleira”. Por volta de 1910, foram introduzidas outras “partes” (músicas) trazidas da Paraíba. Anteriormente existia um Fandango em Vila Flor, mas esse acabou, surgindo o de Canguaretama.
O grupo de Canguaretama é formado por uma tripulação de aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. Os personagens se distribuem em duas filas e são os seguintes: Capitão de Fragata, Mestre, Gajeiro, Ração e os Marujos na fila da direita; Piloto, Contramestre, Calafate e Vassoura e os marujos na fila da esquerda. Apenas o Capitão de Mar e Guerra fica no centro e por traz de todos.
A apresentação se faz com uma barca, a Nau Catarineta. O enredo principal desenvolve-se em torno da “Nau”, que é atacada por uma tempestade e vaga durante sete anos e um dia. Perdido e sem comida, a tripulação passa a comer sola de sapatos e, através de um sorteio, o coman dante do navio é escolhido para ser trans formado em alimento para os famintos. Durante o momento da aflição acontece um milagre e a tripulação avista terra.
O Fandango era representado no perí odo do ciclo natalino com seus personagens vestidos de marinheiros, cantan do e dançando ao som dos instrumentos de cordas, não fazendo uso de instrumentos de percussão nem de sopro.
No grupo de Canguaretama, a princípio eram usados apenas o violão e o cavaquinho, sendo introduzido o banjo em 1953, tocado por Paichicu. A primeira apresentação se dava sempre na festa de Nossa Senhora da Conceição (de 29 de novembro à 8 de dezembro) e se estendia até a festa de Santos Reis. Manoel Francisco de Andrade foi um dos organizadores do Fandango até a primeira metade do século XX, passando para seu filho, Antônio Andrade (Lima). Nos últimos anos do século XX a organização ficou a cargo de Zé de Ná.
Chegança
O auto da Chegança é muito semelhante com o Fandango pela indumentária dos participantes (oficiais e marujos portugueses), deste se destingue, pelo seu núcleo dramático, um combate naval travado entre cristãos e mouros, inspirado nas lutas pela Restauração da Península Ibérica, no qual intervêm figurantes caracterizados de mouros. O número de participantes é maior que no Fandango e as jornadas, num total de vinte e quatro, demandam um período longo, de seis, sete horas, para serem cantadas. O elemento cômico do espetáculo está representado nas pessoas do Ração (cozinheiro) e do Vassoura (faxineiro). O acompanhamento musical restringe-se a instrumentos de percussão, tambor e caixa, enquanto no Fandango, registra-se a presença de instrumentos de corda, violão, rebeca, banjo. A Chegança "natalense" de Geraldo Guilherme em Natal é uma das mais importantes. A chegança a é representada como cenas marítimas, culminando pela abordagem dos mouros, que são vencidos e batizados, Os episódios mais curiosos são a descoberta do contrabando dos guardas-marinha, as lutas e brigas entre oficinas, a tempestade, as canções líricas etc. No Estado da Paraíba, a chegança é conhecida como: barca. A chegança no Rio Grande do Norte teve sua primeira apresentação em 18 de dezembro de 1926, no teatro Alberto Maranhão, mas não tem a tradição do fandango e do bumba-meu-boi. Na Barra do Cunhaú a Chegança é brincada com uma Barca de barro fixa no chão. Os marujos saiam com um pequeno barco na mão, cantado pelas ruas, avisando do início da festa. Segundo informações de Severino Mendes, conhecido como “Seu Batata”, que foi o Ração da Chegança, foi seu irmão quem trouxe a dança de Pernambuco. Luís Mendes foi o primeiro mestre da Chegança, por volta de 1915. Desta forma teria sido a primeira no Rio Grande do Norte.
LENDAS DA CIDADE
A Lenda da Baleia
Dizem os mais velhos que debaixo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no centro de Canguaretama RN, existiria uma baleia encantada. Esta baleia protegeria a imagem de Nossa Senhora da Conceição contra possíveis roubos, pois retornaria do seu sono no dia em que alguém tentasse levar a imagem para qualquer outro lugar.
Ao acordar, a baleia provocaria um imenso jorro de água que inundaria todo o vale em que se encontra a cidade de Canguaretama. A baleia protetora então trataria de abocanhar o ímpio em seu ato ilícito. De tão imensa que seria, não teria chance quem tentasse escapar de tal ousadia.
Alguns menos céticos afirmam que os transportes pesados ao passarem pelas ruas do centro da cidade machucam a baleia, que incomodada se mexe e seus movimentos fazem a terra tremer. Até o próprio patamar da igreja é mostrado como prova, pois continua rachado mesmo com todos reparos que são feitos periodicamente.
Se mesmo assim ainda ocorra de alguém não acreditar, só resta uma alternativa: o incrédulo deve entra sozinho na Igreja Matriz numa noite silenciosa e por o ouvido no Altar Mor para escutar o coração pulsante da baleia. Há quem diga que possa escutá-la a qualquer hora do dia, bastando encostar a orelha no patamar da igreja.
A Coruja da Igreja Matriz
Entre as lendas que envolve a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição está a da coruja que rasgava o céu noturno às vistas de todos e se encantava durante o dia dentro da igreja. Também conhecida como “rasga mortalha”, a coruja reaparece e desaparece aleatoriamente e muitos acham que seu canto é de mau agouro, sendo sinal de morte. O próprio apelido que tem expressa bem o temor popular dos que escutam: o som do seu canto seria uma onomatopéia da tesoura ao cortar o tecido fúnebre que serviria de mortalha.
Os Tesouros do Brigadeiro Arcoverde
O Coronel André de Albuquerque Maranhão Arcoverde, mais conhecido como Dendê Arcoverde, foi dono do Engenho Cunhaú e herdeiro das riquezas de seu tio herói, André de Albuquerque Maranhão. Para ser dono de tão cobiçada herança cometeu crimes incontáveis. Dizem que mandou um negro e um caboclo para matar a faca o assassino do seu tio. Após o serviço, o negro foi enterrado vivo próximo a Casa Grande do Engenho. Sobre ele, o Coronel plantou um coqueiro. Já o caboclo foi empalado na Mata das Varas e teve o corpo mumificado. Tudo isso para se cumprir a promessa que fizera aos dois, de que nunca mais teriam necessidade de coisa alguma. Sua esposa, Antônia Josefa, foi por ele envenenada depois de persuadida a perfumar sua linda cabeleira, falecendo com violenta dor de cabeça. Seu único filho legítimo, o pequeno André, também morreu envenenado. Ao seu irmão mais velho, José Inácio, mandou matar para ficar com toda sua herança. Logo após chegou todo de preto, benzeu-se e ajoelhou-se diante do corpo do irmão. Depois o levou para sepultá-lo na Igreja do Cunhaú com todas as honras. Durante toda sua vida Dendê Arcoverde acumulou mais de duzentas mortes. Os familiares cortaram as relações e ele passou a viver isolado em sua propriedade, onde era temido num raio de cinqüenta léguas. Seu engenho passou a ser freqüentado por todo tipo de mau caráter e o próprio Dendê Arcoverde passou a possuir várias concubinas. Aos familiares sempre se negou a escutar os conselhos, ameaçando-os com violência. Mas se rendeu ao Frei Serafim de Catânia, que usou armas diferentes para convence-lo de seus erros e provocar sua conversão. Quando o frei deixou o Cunhaú, Dendê Arcoverde mudou completamente seus hábitos. Dizia que estava preparado para morrer. Dispensou todos os seus capangas armados e mandou suas mulheres para Baia Formosa e ditou seu testamento. Toda sua riqueza mandou enterrar em pontos distantes da propriedade que começava na praia, entre a foz do rio Cunhaú e Guajú, e se estendia por 40 léguas pelo interior.
Era a riqueza conseguida principalmente com os crimes contra seus próprios familiares. Era uma riqueza suja de sangue inocente. Uma parte foi lançada na “Lagoa do Tacho”, bem próximo ao engenho. Outra parte foi espalhada pela Croa da Negra, Porto do Francês, Camboa do Cotovelo e outras partes do mangue. Esses lugares passaram a ser assombrados com aparições estranhas que assusta muita gente. Alguns dizem que Dendê Arcoverde assusta as pessoas para que não se apoderem dos tesouros escondidos. Alguns chegam a ver o brilho do seu anel, quando é meio dia de céu aberto. Outros dizem que nas madrugadas silenciosas seu grito ecoa por entre as matas. Muita gente acredita que não é Dendê Arcoverde, e sim suas vítimas, que provocam tais fenômenos. O Coronel teria se arrependido diante do frei Serafim de Catânia e suas vítimas, agora voltariam para pegar o lhes pertencem. Dendê Arcoverde teve um tão trágico quanto suas vítimas, quando o governo mandou tropas a seu refúgio particular. Os soldados surpreenderam-se com a hospitalidade que encontraram em Cunhaú, onde pernoitaram. O chefe de polícia foi levado a conhecer toda a propriedade e se demorou por dois dias no engenho. Por fim o Dendê Arcoverde disse: Há um ano atrás vocês teriam uma outra recepção. Não sou mais aquele... Sei o que querem de mim. Amanhã o senhor me verá, comandante. Recolhendo-se ao seu quarto, vestiu o uniforme de gala e calçou impecáveis luvas brancas. Ao deitar bebeu cianureto. No outro dia, pela manhã, encontraram-no morto.
O Tesouro do Holandês
Existe na Barra do Cunhaú, rondando próximo onde teria sido o Fortim da Barra, a alma penada de um comandante holandês que vaga a procura de salvação. Teria ele sido cruel na tomada do Fortim, sendo responsável pela degola de muitos inocentes. Quando saia da Barra, para tomar o rumo do mar, seu barco naufragou. Ele, no desespero de perder tudo quanto tinha saqueado, resolveu juntar os objetos de maior valor e se jogar ao mar. Ao nadar em direção a praia, o comandante holandês foi ficando cada vez mais fraco e os objetos caiam de suas mãos, um a um. O último lhe caiu da mão a poucos metros da areia, e pouco depois seu corpo foi jogado para fora da água. Vivendo como um zumbi, estaria condenado a não entrar na água até devolver o que roubou. Depois disto poderia voltar ao seu navio e descansar em paz. Desde então ele oferece o tesouro para se redimir dos pecados. Porém sua oferta só pode ser feita a mulheres, pois os homens não o vê, nem o escuta. Ao abordar as mulheres, ele mostra seu tesouro e pede que elas façam segredo do caso por três dias. As moças descuidadas sempre deixam escapar o que viram e o holandês continua sua penúria. Nas noites de céu limpo e água clara, uma trilha de objetos brilhantes é vista na “boca da barra”. É “o tesouro do holandês” ou “a corrente de ouro do pontal” que o mar guarda e o holandês vigia, sempre imóvel e de pé com os olhos fixos na água.
A Lenda da Gruta do Bode
Por que Gruta do Bode? Por que era ouvido o “berro de um bode”, mas ninguém nunca teria criado bodes naquela área. Esses “berros” viriam de dentro de um túnel, que também é conhecido por “Sete Buracos”, onde estaria escondido um “Bode de Ouro”. Entrando pelos “Sete Buracos” seria possível, devido a um complexo de túneis, chegar à Casa de Câmara e Cadeia de Vila Flor, ao Engenho Cunhaú, a Ilha do Flamengo, ao Fortim da barra, a Mata da Estrela e ao Forte dos Reis Magos. Na verdade existe realmente um túnel onde outrora fora a famosa Mata da Estrela. É chamado de o buraco do holandês e fica relativamente próximo à Vila dos Trabalhadores da Destilaria Baia Formosa. Um outro túnel teria existido no Engenho Cunhaú, mas seria apenas um canal que levava a água para mover o a moenda do engenho. Já em Vila Flor, dizem da existência de um túnel no Prédio da Câmara e Cadeia no centro da cidade, mas que foi soterrado quando da sua restauração. Além destes, ainda existe um outro próximo ao rio Guajú. Para o povo os “Sete Buraco” fora construído pelos holandeses, quando aqui estiveram, para se protegerem e no local estaria escondido muitas riquezas deixadas na pressa da fuga. Foi a procura dessas riquezas que muitos tentaram entrar na caverna sombria dos Sete Buracos. Nos sobrou um desses relatos orais sobre um jovem forasteiro que tentou a sorte e se perdeu em seu labirinto interior. Seus gritos atraíram a atenção de alguns, que logo ofereceram ajuda. Aos gritos, tentavam mostrar a saída. O suplício passou pelo final da tarde e entrou pela noite. A lua cheia subiu ao céu e a voz do desgraçado forasteiro foi ficando cada vez mais distante. Por fim, desapareceu completamente ao primeiro raio de sol do novo dia que chegou. Não se soube mais sobre o infeliz. Sua identidade se perdeu. Sabe-se apenas que era muito jovem e estava a procura de “Bode de ouro” e encontrou a morte por sua ganância. Aos que não acreditam, é feito o convite para chamar pelo desaparecido numa noite de lua cheia. A resposta será imediata, com gemidos indecifráveis saindo de dentro da gruta. Sobre o “berro do bode”, pode ser escutado a qualquer hora do dia ou da noite, pegando sempre de surpresa os curiosos que passam pelo local mal assombrado. Uma outra versão conta que o nome “Gruta do Bode” era devido um cabrito solitário que vagava selvagem pelo local, sem nunca ser pego. O animal esperava a passagem do trem nas proximidades, pulava para o vagão e seguia viagem até a Estação Ferroviária de Canguaretama. Da estação de Canguaretama, voltava pela linha de ferro até o lugar de origem. Devido a este fato os maquinistas passaram a denominar o local de “Gruta do Bode”.
Dizem os mais velhos que debaixo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no centro de Canguaretama RN, existiria uma baleia encantada. Esta baleia protegeria a imagem de Nossa Senhora da Conceição contra possíveis roubos, pois retornaria do seu sono no dia em que alguém tentasse levar a imagem para qualquer outro lugar.
Ao acordar, a baleia provocaria um imenso jorro de água que inundaria todo o vale em que se encontra a cidade de Canguaretama. A baleia protetora então trataria de abocanhar o ímpio em seu ato ilícito. De tão imensa que seria, não teria chance quem tentasse escapar de tal ousadia.
Alguns menos céticos afirmam que os transportes pesados ao passarem pelas ruas do centro da cidade machucam a baleia, que incomodada se mexe e seus movimentos fazem a terra tremer. Até o próprio patamar da igreja é mostrado como prova, pois continua rachado mesmo com todos reparos que são feitos periodicamente.
Se mesmo assim ainda ocorra de alguém não acreditar, só resta uma alternativa: o incrédulo deve entra sozinho na Igreja Matriz numa noite silenciosa e por o ouvido no Altar Mor para escutar o coração pulsante da baleia. Há quem diga que possa escutá-la a qualquer hora do dia, bastando encostar a orelha no patamar da igreja.
A Coruja da Igreja Matriz
Entre as lendas que envolve a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição está a da coruja que rasgava o céu noturno às vistas de todos e se encantava durante o dia dentro da igreja. Também conhecida como “rasga mortalha”, a coruja reaparece e desaparece aleatoriamente e muitos acham que seu canto é de mau agouro, sendo sinal de morte. O próprio apelido que tem expressa bem o temor popular dos que escutam: o som do seu canto seria uma onomatopéia da tesoura ao cortar o tecido fúnebre que serviria de mortalha.
Os Tesouros do Brigadeiro Arcoverde
O Coronel André de Albuquerque Maranhão Arcoverde, mais conhecido como Dendê Arcoverde, foi dono do Engenho Cunhaú e herdeiro das riquezas de seu tio herói, André de Albuquerque Maranhão. Para ser dono de tão cobiçada herança cometeu crimes incontáveis. Dizem que mandou um negro e um caboclo para matar a faca o assassino do seu tio. Após o serviço, o negro foi enterrado vivo próximo a Casa Grande do Engenho. Sobre ele, o Coronel plantou um coqueiro. Já o caboclo foi empalado na Mata das Varas e teve o corpo mumificado. Tudo isso para se cumprir a promessa que fizera aos dois, de que nunca mais teriam necessidade de coisa alguma. Sua esposa, Antônia Josefa, foi por ele envenenada depois de persuadida a perfumar sua linda cabeleira, falecendo com violenta dor de cabeça. Seu único filho legítimo, o pequeno André, também morreu envenenado. Ao seu irmão mais velho, José Inácio, mandou matar para ficar com toda sua herança. Logo após chegou todo de preto, benzeu-se e ajoelhou-se diante do corpo do irmão. Depois o levou para sepultá-lo na Igreja do Cunhaú com todas as honras. Durante toda sua vida Dendê Arcoverde acumulou mais de duzentas mortes. Os familiares cortaram as relações e ele passou a viver isolado em sua propriedade, onde era temido num raio de cinqüenta léguas. Seu engenho passou a ser freqüentado por todo tipo de mau caráter e o próprio Dendê Arcoverde passou a possuir várias concubinas. Aos familiares sempre se negou a escutar os conselhos, ameaçando-os com violência. Mas se rendeu ao Frei Serafim de Catânia, que usou armas diferentes para convence-lo de seus erros e provocar sua conversão. Quando o frei deixou o Cunhaú, Dendê Arcoverde mudou completamente seus hábitos. Dizia que estava preparado para morrer. Dispensou todos os seus capangas armados e mandou suas mulheres para Baia Formosa e ditou seu testamento. Toda sua riqueza mandou enterrar em pontos distantes da propriedade que começava na praia, entre a foz do rio Cunhaú e Guajú, e se estendia por 40 léguas pelo interior.
Era a riqueza conseguida principalmente com os crimes contra seus próprios familiares. Era uma riqueza suja de sangue inocente. Uma parte foi lançada na “Lagoa do Tacho”, bem próximo ao engenho. Outra parte foi espalhada pela Croa da Negra, Porto do Francês, Camboa do Cotovelo e outras partes do mangue. Esses lugares passaram a ser assombrados com aparições estranhas que assusta muita gente. Alguns dizem que Dendê Arcoverde assusta as pessoas para que não se apoderem dos tesouros escondidos. Alguns chegam a ver o brilho do seu anel, quando é meio dia de céu aberto. Outros dizem que nas madrugadas silenciosas seu grito ecoa por entre as matas. Muita gente acredita que não é Dendê Arcoverde, e sim suas vítimas, que provocam tais fenômenos. O Coronel teria se arrependido diante do frei Serafim de Catânia e suas vítimas, agora voltariam para pegar o lhes pertencem. Dendê Arcoverde teve um tão trágico quanto suas vítimas, quando o governo mandou tropas a seu refúgio particular. Os soldados surpreenderam-se com a hospitalidade que encontraram em Cunhaú, onde pernoitaram. O chefe de polícia foi levado a conhecer toda a propriedade e se demorou por dois dias no engenho. Por fim o Dendê Arcoverde disse: Há um ano atrás vocês teriam uma outra recepção. Não sou mais aquele... Sei o que querem de mim. Amanhã o senhor me verá, comandante. Recolhendo-se ao seu quarto, vestiu o uniforme de gala e calçou impecáveis luvas brancas. Ao deitar bebeu cianureto. No outro dia, pela manhã, encontraram-no morto.
O Tesouro do Holandês
Existe na Barra do Cunhaú, rondando próximo onde teria sido o Fortim da Barra, a alma penada de um comandante holandês que vaga a procura de salvação. Teria ele sido cruel na tomada do Fortim, sendo responsável pela degola de muitos inocentes. Quando saia da Barra, para tomar o rumo do mar, seu barco naufragou. Ele, no desespero de perder tudo quanto tinha saqueado, resolveu juntar os objetos de maior valor e se jogar ao mar. Ao nadar em direção a praia, o comandante holandês foi ficando cada vez mais fraco e os objetos caiam de suas mãos, um a um. O último lhe caiu da mão a poucos metros da areia, e pouco depois seu corpo foi jogado para fora da água. Vivendo como um zumbi, estaria condenado a não entrar na água até devolver o que roubou. Depois disto poderia voltar ao seu navio e descansar em paz. Desde então ele oferece o tesouro para se redimir dos pecados. Porém sua oferta só pode ser feita a mulheres, pois os homens não o vê, nem o escuta. Ao abordar as mulheres, ele mostra seu tesouro e pede que elas façam segredo do caso por três dias. As moças descuidadas sempre deixam escapar o que viram e o holandês continua sua penúria. Nas noites de céu limpo e água clara, uma trilha de objetos brilhantes é vista na “boca da barra”. É “o tesouro do holandês” ou “a corrente de ouro do pontal” que o mar guarda e o holandês vigia, sempre imóvel e de pé com os olhos fixos na água.
A Lenda da Gruta do Bode
Por que Gruta do Bode? Por que era ouvido o “berro de um bode”, mas ninguém nunca teria criado bodes naquela área. Esses “berros” viriam de dentro de um túnel, que também é conhecido por “Sete Buracos”, onde estaria escondido um “Bode de Ouro”. Entrando pelos “Sete Buracos” seria possível, devido a um complexo de túneis, chegar à Casa de Câmara e Cadeia de Vila Flor, ao Engenho Cunhaú, a Ilha do Flamengo, ao Fortim da barra, a Mata da Estrela e ao Forte dos Reis Magos. Na verdade existe realmente um túnel onde outrora fora a famosa Mata da Estrela. É chamado de o buraco do holandês e fica relativamente próximo à Vila dos Trabalhadores da Destilaria Baia Formosa. Um outro túnel teria existido no Engenho Cunhaú, mas seria apenas um canal que levava a água para mover o a moenda do engenho. Já em Vila Flor, dizem da existência de um túnel no Prédio da Câmara e Cadeia no centro da cidade, mas que foi soterrado quando da sua restauração. Além destes, ainda existe um outro próximo ao rio Guajú. Para o povo os “Sete Buraco” fora construído pelos holandeses, quando aqui estiveram, para se protegerem e no local estaria escondido muitas riquezas deixadas na pressa da fuga. Foi a procura dessas riquezas que muitos tentaram entrar na caverna sombria dos Sete Buracos. Nos sobrou um desses relatos orais sobre um jovem forasteiro que tentou a sorte e se perdeu em seu labirinto interior. Seus gritos atraíram a atenção de alguns, que logo ofereceram ajuda. Aos gritos, tentavam mostrar a saída. O suplício passou pelo final da tarde e entrou pela noite. A lua cheia subiu ao céu e a voz do desgraçado forasteiro foi ficando cada vez mais distante. Por fim, desapareceu completamente ao primeiro raio de sol do novo dia que chegou. Não se soube mais sobre o infeliz. Sua identidade se perdeu. Sabe-se apenas que era muito jovem e estava a procura de “Bode de ouro” e encontrou a morte por sua ganância. Aos que não acreditam, é feito o convite para chamar pelo desaparecido numa noite de lua cheia. A resposta será imediata, com gemidos indecifráveis saindo de dentro da gruta. Sobre o “berro do bode”, pode ser escutado a qualquer hora do dia ou da noite, pegando sempre de surpresa os curiosos que passam pelo local mal assombrado. Uma outra versão conta que o nome “Gruta do Bode” era devido um cabrito solitário que vagava selvagem pelo local, sem nunca ser pego. O animal esperava a passagem do trem nas proximidades, pulava para o vagão e seguia viagem até a Estação Ferroviária de Canguaretama. Da estação de Canguaretama, voltava pela linha de ferro até o lugar de origem. Devido a este fato os maquinistas passaram a denominar o local de “Gruta do Bode”.
Assinar:
Postagens (Atom)